segunda-feira, 29 de novembro de 2010


                            

                                      Estranho,
é o cheiro de pizza que atinge a barriga

vazia dos meninos
de rua na esquina,
que lhe esticam as mãos,
sonhando que estenda
apenas uma.
À cata de migalhas
esparsas, olhos de
infância malvada,
aflora um medo
recíproco terrível.
Estranho, estranho
é ignorar.

Cecilia Fidelli


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