quinta-feira, 30 de junho de 2011

















Carta para um suicída.

Você sempre fez questão de não se colocar diante da realidade.
Se o tivesse feito, não teria se decepcionado tanto.
Vou levar seus lamentos para um recital.
Já comprou a passagem?
Pro céu, ou pro inferno?
Isso é mesmo coisa de mal intencionado.
Que atmosfera mórbida.
Não, não vamos marcar nenhum encontro.
Se você for sei lá pra onde, nem adianta me procurar por lá.
Pretendo ficar por aqui por um bom tempo ainda.
Nem me conte quando pretende ir a óbito.
Você não conseguiu mudar o mundo, nem quis se tranformar.
Destino?
- Valores.
Distância por distância, opte por ficar.
Eu pretendo ficar aqui por um bom tempo ainda.
Nesse mundo de sonhos impróprios,
neste outono gelado que espalha folhas secas...
mesmo sabendo que um inverno tenebroso vai chegar.
Entendo que a gente fala com o tempo, mas ele não ouve.
Minha intenção é ficar discutindo coisas que já se discutiu
um milhão de vezes, sem saber na verdade onde a gente vai chegar.
Vou ficar aqui, sonhando com o verão, navegando na net.
Sou sensível o bastante, mas não crio barreiras com o mundo.
Quero tempo, mais tempo.
Nunca vou permitir que as tensões atravessem minhas conversas,
meus versos. Quero conhecer outras provas, passar por outras tantas novas.
Se eu fosse você repenssava, oferecia carinhos, atenções, afetos,
tentava descobrir gente boa, competentes no sustento do amor.
Dissipa essa idéia que assim, você não mata ninguém de inveja.
Leva em consideração os benefícios que já lhe proporcionou a caminhada.
Anda, segue em frente, não espera, não para.
Se queixar todo mundo se queixa todo o tempo.
Não se esgote na intenção de ser feliz.
Do outro lado você vai se rever, não se encontrar.
Certeza que lá é um lugar cheio de espelhos que espelham o passado.
Essa sim é uma curta distância.
Olhe-se pra dentro, por inteiro, não se ignore, abre suas portas.
Incoerências radicais enlouquecem a alma.
A tal eternidade pode te castigar, pode ser mais arrebatadora que a morte.
Caso queira, venha até aqui tomar um cafèzinho,
daquele bem gostosinho, que dá prazer ao paladar.
De algum modo somos todos queridos por algum anjo do infinito,
que quer ver nossos olhos cheios de brilhos coloridos.
Aqui temos estrelas cintilantes e não é lícito procurar talvez um lugar
escuro, sem nenhuma lanterna pra clarear.
Luz própria não é discurso sem nexo, é serenidade, ternura.
Procure, explore. Você certamente vai encontrar.
Sei que a vida marca, machuca, mas a gente sempre volta a sonhar.
São as noites reflexivas de inverno que nos trazem a primavera.
Esquece de uma vez essa dramaticidade profunda.
Com alguma frequência o mundo sempre dá suas voltas.
Volta ao ponto de partida.
Sinais vermelhos se apagam criatura.
Depois venha pro café, digo, pra me contar.
Venha me dizer que acordou pra vida e queira ou não queira,
a eternidade tem tempo de sobra e ela pode esperar.

Cecília Fidelli.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Foto: Ignácio de Loyola Brandão e Cecília Fidelli.

Viagem Literária.
Aconteceu em 06.06. p.p.,
na Biblioteca Municipal
Poeta Paulo Bonfim - Itanhaém/SP
com a presença do escritor
Ignácio de Loyola Brandão
e outras personalidades como nosso prefeito
João Carlos Forssell.
O escritor e jornalista Ignágio de Loyola
é muito querido, tem mais de 30 livros publicados.
Ignácio, super simpático!
Deu entrevista, falou de seus sonhos desde a infância,
das suas publicações, sem esquecer, é claro de seu livro
Zero cuja primeira publicação foi na Itália.
Falou de sua terra natal Araraquara e com um carinho
muito especial, de sua primeira professora.
Perdoem mas, infelizmente, não me lembro o nome dela.
Zero, foi censurado no Brasil em 1975
e liberado em 1979.
Sobre o livro "O menino que vendia palavras",
fez, digamos, um breve resumo
de forma muito bem humorada.
Muito interessante - Publicado em 2008.
O evento foi bastante prestigiado.
A Biblioteca estava lotada!
Ele cativou. Prendeu a atenção de todos.
Deu atenção a todos, sem excessões.
É o que precisamos, espaços e eventos
dedicados e relacionados aos mais diversos
seguimentos culturais de modo que possamos
vivenciar e compartilhar experiências
com timbre tão agradável, gratificante
e terno como este.

Cecília Fidelli.