segunda-feira, 29 de novembro de 2010


                                      Poema ao suicida
Décimo andar.
Ar carregado.
Nada ouço.
Quero a primeira janela.
E esse trabalho de rescaldo
íntimo nunca termina.
Há uma pólvora em minha cabeça.
Não é suficiente para acabar com tudo.
Suspirar,
do fundo do coração,
não atende as minhas necessidades.
Não acaba com tudo
A covardia cega pulsa.
Pulo.
Não acabei com tudo.
Sofro. Mas, há uma dádiva.
Quem pulsa agora é minh' alma.

Cecilia Fidelli

Nenhum comentário:

Postar um comentário