sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Era uma vez...

Ela entristeceu depois de longa solidão.
Cabisbaixa, quase sem vida,
perdeu o perfume, a cor.
Foi condenada a ser posta pra fora,
jogada talvez na calçada.
Sofreu o golpe do tempo,
que arrancou-lhe as pretensões.
Semi morta, sem encantos,
valoriza apenas o calor do sol no inverno.
Silencia à brisa tempestuosa, 
que tem pedras nas mãos, não compaixão.
Inclinou-se, debruçada na janela,
para reverenciar a morte.
Desabrochou, encantou, mas,
aquela beleza deslumbrante ...
ficou nas mãos do tempo.
Era uma vez, uma flor.

 Cecília Fidelli.

Nenhum comentário:

Postar um comentário